Hoje pouco conhecido no Brasil, Noites Lúgubres (1789) foi uma verdadeira febre no século XIX e influenciou nossos autores da escola romântica. A obra ficou conhecida por aqui através da tradução de Francisco Bernardino Ribeiro. Segundo o crítico Brito Broca, a obra de Cadalso teria inspirado Álvares de Azevedo a escrever Noite na Taverna.
Publicado postumamente, Noites Lúgubres ficara incompleto. A obra é dividida em “noites”, sendo que o manuscrito encerra deixando a terceira incompleta. Provavelmente, essa terceira noite não seria a última. A edição de 1815 traz o final da terceira noite, provavelmente apócrifo, e que serviu de base para a tradução de Bernardino Ribeiro. Algumas edições posteriores chegaram a incluir uma quarta noite. As numerosas edições dessa obra espanhola comprovam seu sucesso, não obstante ter sido censurada por um tempo, acusada de fazer apologia ao suicídio. Curiosamente, o manuscrito de Cadalso é datado de 1774, mesmo ano em que Goethe publica o seu Werther.